quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Corações Expostos - Como a Pandemia e as Eleições Revelam Nosso Coração

As eleições municipais em todo o Brasil se aproximam. Se você, assim como eu, é de uma cidade de menor porte, certamente já começou a testemunhar a típica movimentação política que tem início bem cedo. Os candidatos começam a se degladiar em busca do poder. Nesse jogo vale de tudo, desde provocações a críticas severas, desde comer pastel na feira e pagar de amigo da população até sair de casa em casa tentando angariar adeptos para seu lado. Ah, sem falar das carreatas, comícios e outros ajuntamentos de pessoas em prol do candidato que de uma vez por todas vai ser a solução para a cidade.

Contudo, as eleições deste ano são (pelo menos no papel) atípicas de uma forma especial. A pandemia causada pelo coronavírus deixou todos de cabelo em pé, causando temor pelo futuro e tristeza por ver tantas pessoas partindo de forma repentina. Um vírus minúsculo, imperceptível, que se aproveita de ajuntamentos de pessoas para se propagar, e que pode causar desde uma “gripezinha” até efeitos colaterais mais adversos, que culminam na morte do indivíduo. Não sabemos quem será a próxima vítima, pois o vírus ainda é bastante desconhecido. Eu gostaria de analisar aspectos de cada um desses cenários, tanto de eleições quanto de pandemia, e ressaltar como o acontecimento simultâneo dos dois agrava ainda mais as idolatrias existentes no coração dos homens.

A combinação de eleições em tempos de pandemia não foi vista por essa geração em nenhum momento anterior. O cenário de eleições já traz consigo diversas oportunidades para que o coração humano, o qual é idólatra por natureza, encontre alguém em quem confiar, ainda que saiba que será enganado. Quantas vezes não foi assim? A lembrança das eleições presidenciais de 2018 ainda estão na memória do povo brasileiro. Os candidatos eram (e ainda são) aclamados como verdadeiros iluminados, a esperança dos oprimidos, alguém que não possui defeitos — ou, ao menos, eles são ignorados. Multidões são arrastadas debaixo de sol ou de chuva para saudar o candidato A ou B, para tentar, se possível, apertar sua mão e até chorar perto dele por tamanho privilégio.

Isso tudo não é novidade. Não preciso passar horas listando as alianças de candidatos que antes eram inimigos mas que agora “uniram forças”, ou daqueles que apoiam alguém apenas visando manter seus cargos e empregos, ou mesmo obter alguma gratificação futura. Isso existe em todo lugar e não se manifesta apenas em tempos de política. Mas o fato de ainda estarmos em meio a uma pandemia global deixa tudo ainda mais grave. O coronavírus veio para desmascarar ainda mais todos aqueles que são e estão cegos para sua idolatria. E aqui não falo apenas de forma generalista, mas falo sobretudo dos cristãos.

Dentre tantas pessoas que ainda sofrem uma dor amarga pelo tanto que passaram, outras parecem ter esquecido do vírus, ou da memória das pessoas que se foram, ou do respeito pelas que ficaram. Somos todos mentirosos: dizemos nos compadecer das vítimas mas somos os primeiros a desrespeitar as normas, os primeiros a se juntar a multidões em apoio ao candidato A ou B, pois o que importa é que “meu candidato ganhe”. Avaliação objetiva é algo que não existe e parece até não fazer sentido: o que importa ainda hoje é a cor do partido, o número que o candidato carrega e pronto.

Tais pessoas não se dão conta de que seus corações estão cada vez mais expostos, principalmente em uma era em que nada escapa das câmeras dos celulares — tanto dos outros quanto os seus próprios. Tudo que você faz e gosta, todos a quem você apoia, todas as ideias com as quais simpatiza, tudo está exposto na vitrine do mercado da atenção. A intenção interior é que, de fato, sejamos vistos e contemplados; nossas opiniões e ideias são então reproduzidas por centenas ou até milhares de amigos. O que você não se dá conta é que isso pode ser mais prejudicial do que imagina. Você influencia mais do que pode perceber. Mesmo que não leve um amigo ou conhecido a mudar de ideia e votar no seu candidato, quem assim age expõe seu coração e seus valores de forma aberta e irreversível, e isso mostra ao mundo quem é o seu senhor. Não há atividades neutras: ou você faz algo que glorifica a Jesus, o qual é Senhor sobre todos, ou glorificará alguma outra coisa menor, a qual não é digna de nada disso.

Tudo isso pode até ser esperado ou entendível de alguém que não é cristão. Mas é inconcebível que um cristão verdadeiro aja dessa forma. O cristão que recebeu o perdão de Jesus Cristo só presta contas a Ele, de sorte que não precisa nem deseja se submeter a nada disso. O coração do cristão é livre pela Palavra de Deus (João 8:32). Ora, é uma questão de simples lógica: se um cristão não é liberto das práticas anteriores que o aprisionam, então a Palavra de Deus não habita ricamente em seu coração. Logo, de nada adianta estar na igreja no próximo domingo e cantar com as mãos levantadas se você ainda está preso ou presa ao senhorio do mundo. Não adianta postar uma foto com expressões de quebrantamento hoje e amanhã estar em um evento político declarando apoio incondicional a pessoas que não merecem tanta glória para si.

Apenas Jesus Cristo e o Evangelho são capazes de mudar as pessoas e o rumo das cidades. Não há nada novo debaixo do sol, e as velhas práticas sempre se repetirão. Não, seu candidato não vai ser diferente por ser isso ou por prometer aquilo. Mas quero provocar-lhe a refletir. Se você age assim, saiba que seu problema é interior, em um nível que ninguém pode tocar, a não ser o próprio Cristo. Se você já teve um lampejo de sua graça e se diz fiel a Ele, não o troque por meras imitações. Reconheça que seu coração é falho e que sempre vai buscar “coisas complementares” para adorar. Não creia que isso é normal, pois você não pode servir a dois senhores, pois não há neutralidade, ao se dedicar a um, desprezará o outro (Mateus 6:24). O senhorio de Cristo é muito melhor pois, ao invés de escravizar como a política, Ele o liberta, e só assim você poderá ser verdadeiramente livre (João 8:36).

Recomendação de Livro:

A Guerra Dos Espetáculos: O Cristão Na Era Da Mídia

"OS OLHOS DO HOMEM NUNCA SE SATISFAZEM"
Que imagens devem alimentar nossos olhos? Nunca paramos para considerar os efeitos de nossa dieta visual sobre nossos hábitos, desejos e anseios. Porém, os vídeos virais, as imagens digitais e outros espetáculos nos rodeiam por todo lado e concorrem por nosso tempo, nossa atenção, nossa cobiça e nosso dinheiro. Neste livro, Tony Reinke nos convida a vermos as possibilidades e os perigos do nosso mundo centrado em imagens, tendo no horizonte a beleza de um Espetáculo Supremo, capaz de centrar nossa alma, encher nosso coração e firmar o nosso olhar em meio a esta era do espetáculo digital.

Clique na imagem ou AQUI para comprar o livro na AMAZON.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Pela Bíblia | 2Co 4.16-5.10 | Temos da parte de Deus um edifício



Pela Bíblia | 2Co 4.16-5.10 | Temos da parte de Deus um edifício

PELA BÍBLIA. Os vídeos que fazem parte desta série ressaltam as verdades do Evangelho de Cristo, as quais estão dispostas pela Bíblia. A intenção é fazer análises curtas e concisas, em formato que seja possível seguir tanto por vídeo quanto por áudio.

Compartilhe este vídeo com alguém que você acha que será edificado por ele.
Deus te abençoe.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...