quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Resenha: A Revolução dos Bichos – George Orwell

Autor: George Orwell
Edição: Companhia das Letras (2007)
Nota: 5,0/5

Resumo do livro

Um dia, o velho Major, um velho porco da Granja do Solar, tem um sonho de uma terra sem seres humanos, onde reina a igualdade entre os animais. Logo convocou uma reunião e propôs uma revolução futura, por meio da qual se livrariam da tirania do homem e viveriam bem. Pouco tempo após a morte do Major, a revolução estoura de forma inesperada. Os animais, liderados pelos porcos, tomam a granja de Jones, que vira Granja dos Animais. A nova vida se inicia, com novos mandamentos que pregam a igualdade entre todos, bem como o espírito de amizade. Os animais vão fazer a colheita do feno, mas quando voltam, o leite ordenhado das vacas sumiu.

Na nova vida, cada animal se esforçava ao máximo – até os patos. Os porcos, contudo, eram a força intelectual. Até tentaram alfabetizar os outros animais, mas sem muito sucesso. O mistério do leite foi resolvido: estava sendo misturado à ração dos porcos, porque lhes fazia bem (assim como as maçãs do pomar) e, segundo eles, as comiam pensando nos outros, pois precisavam continuar raciocinando bem e liderando o movimento, para que Jones jamais retornasse.

Jones e seus homens tentam retomar a granja, e uma longa batalha acontece. Uma ovelha morre no processo. Os animais conseguem expulsar os homens. Bola-de-neve (um dos porcos líderes) e Sansão, o cavalo, são condecorados pela bravura. A espingarda de Jones ficou ali, e decidiu-se que ela seria disparada duas vezes por ano, em comemorações especiais.

A partir daí, polarização, discussões e divergências entre Bola-de-neve e Napoleão (outro porco líder), principalmente sobre a construção do moinho de vento. O primeiro defendia tecnologia, eletricidade e descanso; o segundo, mais comida, e era indiferente aos projetos. No dia da votação, acontece um golpe! Ao ver que perderia, Napoleão, munido de 9 cães ferozes que haviam sido educados por ele, expulsou Bola-de-neve e instaurou o Comitê dos Porcos, para tomar as decisões por todos os animais. Pouco tempo depois, anunciou que o moinho seria construído; que, por tática, fingiu ser contra. A construção agora levaria o dobro do tempo previsto e implicaria em redução de ração.

A partir daí, as contradições parecem não ter fim. Os animais trabalham cada vez mais duro, e os porcos têm cada vez mais luxo. Dada a necessidade de recursos, iniciaram comércio com humanos; mudaram-se para a Casa Grande e dormiram nas camas (algo que era proibido, mas a lei foi alterada para camas com lençóis – e eles não dormiam com lençóis). Após um temporal, o moinho fica em ruínas e a culpa cai em Bola-de-neve. Tudo era culpa dele.

A situação fica cada vez mais crítica. Fome, falta de recursos e ração. O trabalho, entretanto, sempre aumentava. Para piorar, os traidores agora eram mortos pelos cachorros. Os bichos estão desolados, mas não ousam resistir. Até a canção símbolo da resistência, Bichos da Inglaterra, fora abolida. Os mandamentos são alterados para “animal não mata animal sem motivo” e “não se deve beber álcool em excesso”.

O aspecto trágico tem seu ápice quando o pobre Sansão, que tantou trabalhou pelo seu líder, após ser ferido em batalha, fatigou-se por extremo. Dizendo enviar-lhe ao veterinário, haviam contratado um carniceiro para matá-lo. O capítulo é caótico, com o apático Benjamin agora feroz por ser o único que sabia ler e percebera o destino final de seu amigo. Eis a morte, o esquecimento e a fácil substituição de um trabalhador tão leal e dedicado.

Assim termina a história. Os porcos tornaram-se os novos humanos, e os animais ficaram em uma situação pior do que antes. O poder é devastador; revela o coração como poucas coisas o fazem.

Minhas impressões

É um baita livro. Gostei muito do estilo do autor, bem como de suas ironias. Particularmente gosto muito de alegorias. Dá para entender por que o livro é um verdadeiro clássico da literatura mundial. É uma forte crítica ao acúmulo de poder; uma crítica não ao socialismo, pois Orwell era socialista, mas ao sistema socialista fracassado, cujos líderes haviam se tornado piores do que aquilo que queriam evitar. O livro mostra como sempre haverá pessoas que, uma vez no poder, se tornarão completamente diferentes do que um dia foram. Foi e sempre será assim.

Sobre a edição da Companhia das Letras: Excelente. Baita tradução de Heitor Aquino Ferreira. Para mim, foi na medida. Combinou uma tradução mais rebuscada em certos momentos com algo mais leve em outros. Ainda aprendi várias palavras novas para aumentar o vocabulário. Infelizmente este é um problema que enfrentamos bastante atualmente: a pobreza das traduções. Em busca de tornar a tradução "acessível", opta-se apenas por palavras fáceis e amplamente reconhecidas, de modo que o leitor não mais consulta um dicionário sequer, sob o pretexto de que sua leitura seria atrasada. Contudo, esse é um dos papéis do livro, que não deve ser apenas saboreado, como também é um instrumento de aprendizado constante e expansão da cultura. Além disso, não encontrei erros de revisão, diagramação ou algo do tipo. Por essa razão, deixo meus elogios à tradução e à edição impecável da Companhia das Letras.

Quem deveria lê-lo?

É um livro excelente que todas as pessoas deveriam ler, principalmente aquelas que se interessam por disciplinas como história e sociologia.

Lições aprendidas

  • O poder tem a capacidade de revelar o coração como poucas coisas o fazem.
  • Conhecimento, sabedoria e discernimento ajudam a não crer em tudo o que se diz, julgando todas as coisas conforme necessário.

Melhores citações

O Homem é a única criatura que consome sem produzir. Não dá leite, não põe ovos, é fraco demais para puxar o arado, não corre o que dê para pegar uma lebre. Mesmo assim, é o senhor de todos os animais. — O velho Major conta seu sonho, p. 12

Todos os homens são inimigos, todos os animais são camaradas. — Máxima pregada pelo velho Major

De certa maneira, era como se a granja tivesse ficado rica sem que nenhum animal houvesse enriquecido – exceto, é claro, os porcos e os cachorros. (p. 102)

Nada havia, agora, senão um único mandamento que dizia: “Todos os bichos são iguais, mas alguns bichos são mais iguais que outros”. — Quitéria e Benjamin leem a parede do celeiro com as regras (p. 106)

As criaturas de fora olhavam de um porco para um homem, de um homem para um porco e de um porco para um homem outra vez, mas já era impossível distinguir quem era homem, quem era porco. — Frase de encerramento do livro (p. 112)


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De certo modo, a inteligência política que humaniza seus bichos é a mesma que animaliza os homens. Escrito com perfeito domínio da narrativa, atenção às minúcias e extraordinária capacidade de criação de personagens e situações, A revolução dos bichos combina de maneira feliz duas ricas tradições literárias: a das fábulas morais, que remontam a Esopo, e a da sátira política, que teve talvez em Jonathan Swift seu representante máximo.

domingo, 4 de abril de 2021

Os bilhões de Arsène Lupin

Os bilhões de Arsène Lupin

Autor: Maurice Leblanc
Edição: Principis
Nota: 3,0/5

♦ Do que o livro se trata?

O livro relata como o caminho de Patricia, uma jovem repórter americana, se cruzou com o de Arsène Lupin, o famoso cavalheiro-furtador. Enquanto Patricia investigava um misterioso encontro no qual seu chefe (e prometido marido) é assassinado, tendo sua pasta roubada. Uma série de incidentes levam a bela Patricia a despertar paixões e se envolver com as mais terríveis pessoas. Pelo caminho, um gentil benfeitor, Horace Velmont, oferece-lhe ajuda, indicando quem teria cometido tal crime: a Máfia está por trás de tudo, e eles querem se apoderar de todo o dinheiro de Arsène Lupin; Horace também lhe oferece proteção e, além disso, todo seu amor. Mas quem é Horace Velmont, que tanto sabe sobre tudo? Ora, só uma pessoa teria tantas informações... Assim a história se desenrola em “Os bilhões de Arsêne Lupin”.

♦ Minhas impressões/pensamentos sobre o livro

O livro é legal, uma leitura leve e sempre agradável, como os outros do mesmo autor. Contudo, este não cumpriu com as expectativas que livros anteriores sobre o cavalheiro-ladrão criam no leitor. Quem leu “O ladrão de casaca” ou “Contra Herlock Sholmes” vai se desapontar ao encontrar um Lupin que aparece de fato quase no fim da história, e, ainda assim, não nos surpreende com suas fugas mirabolantes, com seus planos cuidadosamente arquitetados; não, vemos um Lupin aparentemente cansado, querendo apenas descansar com os frutos de seu “trabalho” e, além disso, apaixonado. Claro, o leitor acostumado sabe que Lupin é muito galanteador, de modo que esta é sua marca; Lupin, “o último dos miseráveis, o mais perigoso, porque o mais simpático dos malfeitores”; mas nesse livro isso desaparece, dando lugar a um Lupin que não passa de um homem que reage; pode-se dizer que ele é quase coadjuvante neste livro, de modo que a jovem Patricia rouba toda a cena.

Além disso, devo destacar que há coisas um tanto absurdas no livro, que, embora eu tente não prestar tanta atenção nisso, não é possível fechar os olhos para elas. Por exemplo, o fato de uma tigresa que escapou por acidente ser domesticada pela jovem Patricia, protegendo-a e até mesmo ajudando Lupin a escapar. Há algo que mais desafie a realidade? Nem todas as miraculosas fugas de Lupin chegam perto de tal fantasia.

Quanto à edição da Editora Principis:
Excelente. Ótimo custo-benefício. Nesta quase não encontrei erros de revisão; nada fora do normal que valha a pena ser mencionado. A edição segue o padrão dos outros livros do mesmo autor. Recomendo demais!

♦ Quem deveria lê-lo?

Creio que é uma leitura válida para todos os fãs de Arsène Lupin.

♦ Top citações

  • “Há situações na vida que só enxergamos claramente quando fechamos os olhos.” (p. 34)
  • “Lupin, o último dos miseráveis, o mais perigoso, porque o mais simpático dos malfeitores, o mais hábil, o mais capaz e o mais rico” — fala do jovem líder da organização criminosa que queria se apropriar do tesouro de Lupin (p. 127). 

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Qual a palavra mágica que faz Arsne Lupin aparecer e desaparecer? Patricia, uma jovem americana assistente de James Mac Allermy, é muito querida por seu chefe, fundador do jornal Allo-Police, que vê um futuro profissional brilhante para sua preciosa colaboradora. Mas a morte de James vai dar uma guinada na vida de Patricia, deixando muitas perguntas no ar. Por quê, depois de um misterioso encontro, Mac Allermy é assassinado? O que havia na pasta de couro que foi roubada dele? Quem atacou Patricia? Quem deu a ela um apito de prata? Assassinato, dinheiro, romance, fuga e muitas perguntas, que só uma pessoa é capaz de responder: Arsène Lupin!

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sábado, 27 de março de 2021

Resenha: Frankenstein

Frankenstein

Autor: Mary Shelley
Edição: Principis
Nota: 5,0/5

♦ Do que o livro se trata?

O livro é um “compilado” de relatos de Walton Saville, um marinheiro que deseja explorar as terras geladas mais ao Norte do globo, as quais são conhecidas por seus perigos e sua incapacidade de navegação. No meio da expedição, ele e sua tripulação se deparam com uma figura enorme e deformada passando rapidamente pelo gelo em trenós e, um tempo depois, encontram um homem vagando em uma placa de gelo que havia se desprendido, fadado à morte caso não fosse encontrado. O resgatado, Viktor Frankenstein, passa a relatar tudo o que lhe acontecera até chegar ali. O livro então é quase todo composto do relato da sua vida até aquele ponto, de como, por meio de seus estudos da filosofia natural, conseguiu criar um ser inanimado e dar vida a ele, um ser composto de diversas partes humanas desproporcionais entre si, que lhe conferiam uma aparência vil e maligna. Este ser, cuja aparência é de um demônio, segundo seu criador, torna-se o motivo de seus terrores para o resto de sua vida. O ser criado por Frankenstein, que tinha as melhores aspirações, aprende com o ser humano o que é a maldade, e passa a agir assim para atormentar seu criador, fazendo-o sentir-se culpado pelos terríveis acontecimentos que tomam lugar.

♦ Minhas impressões/pensamentos sobre o livro

O livro é sensacional. A literatura dos séculos 18 e 19 me fascinam. Histórias, de fato, assombrosas, horripilantes, que nos tiram da zona de conforto e questionam não apenas nossos princípios, mas também a raiz deles. Não tenho críticas à obra em si. Bem, o final acontece muito rápido, é verdade, mas não deixa de ser surpreendente e impressionante. É uma leitura que vale muito a pena.
A Mary Shelley foi muito feliz na escrita deste livro. A progressão da história é ótima e trata de assuntos comuns a esta época da literatura. Por exemplo, frases e trechos que indicam a destruição certa e iminente do Viktor Frankenstein são recorrentes. É como se seu destino já estivesse traçado: qualquer sucessão de eventos acabaria levando ao fim do livro, pois é como se ele não tivesse para onde fugir, seu demônio criado por si próprio sempre o perseguiria. Seu objetivo de vida, o qual lhe parecia irresistível, era ao mesmo tempo repugnante e exigente demais, mas mesmo assim ele estava disposto a ir em frente, sem pensar nas consequências que enfrentaria. Isso ecoa também no Walter Saville, narrador original até que entre em cena o Viktor Frankenstein.

A obra também lida com a aspiração de Frankenstein a ser um criador e, de fato, até mesmo um pai para aquela criatura. “Uma nova espécie me abençoaria como seu criador e fonte; muitas naturezas felizes e excelentes deveriam sua existência a mim. Nenhum pai poderia reivindicar a gratidão de seu filho tão completamente como eu deveria merecer a deles”, é o relato de Viktor. Mas este sentimento vai embora quando ele vê sua criação ter vida e ser tão repugnante. A criatura é então desprezada pelo seu criador e condenada a andar errante pelo mundo, longe de qualquer afeto. Pela sua desprezível aparência, ninguém quer manter-se próximo a ele. Logo, sua única saída é vingar-se, tornando a existência de seu criador tão infeliz quanto a dele. Como a criatura diz ao seu criador: “Eu deveria ser o seu Adão, mas sou muito mais o anjo caído, que você desviou da alegria sem nenhuma mágoa. Por toda parte vejo felicidade, da qual sou irrevogavelmente excluído... Faça-me feliz e novamente serei virtuoso”. A resposta de Viktor à reivindicação de sua criatura dita o rumo da história.

Com relação à edição da Editora Principis, é uma das melhores edições dessa editora que já tive em mãos. O acabamento do livro é excelente, além de ser muito bonito. O custo benefício é sensacional, até hoje me pergunto como as edições da Principis são tão acessíveis! Pelo preço, pode-se imaginar que a edição venha cheia de erros, mas não é isso que acontece. É o contrário: a qualidade é excepcional. Há pouquíssimos erros de revisão, o que é naturalmente natural em qualquer livro. O único mais “grosseiro” é o fato de continuar a repetição de travessões enquanto o mesmo personagem ainda está falando; isso confunde um pouco a leitura, mas isso só aconteceu no último capítulo, e em poucas falas. Nada demais. Para mim, não afeta a nota geral com relação ao livro nem estraga a experiência de leitura. Recomendo demais a edição da Principis, uma edição de excelente qualidade!

♦ Quem deveria lê-lo?

Todos os amantes da literatura devem entregar-se à leitura (e releitura) desde clássico. É possível se beneficiar muito da leitura deste livro. Impossível não se emocionar com os relatos, ou não ficar tomado de terror e surpresa conforme a leitura progride.

♦ Como o livro me mudou?

É importante sempre se perguntar: será que a mera aparência das pessoas afeta o meu julgamento com relação a elas? Isso vale não apenas para a aparência física, mas também para objetos e posses da pessoa. Em um nível mais profundo: até onde estamos dispostos a ir por nossas aspirações que, às vezes mesmo sombrias, não medimos esforços para alcançar? Estamos dispostos a lidar com os “demônios” criados pelo meio do caminho e que nos atormentarão até o fim de nossas vidas?

♦ Melhores citações

  • “Com essa estranheza as nossas almas são construídas e, por ligamentos assim frouxos, nos unimos à prosperidade ou à ruína.” (p. 40).
  • Por que o homem se gaba de sensibilidades superiores àquelas aparentes em estado bruto, na natureza? É só para se tornar um ser mais necessário.” (pp. 101-102).
  • “Será que o homem era, de fato, tão poderoso, tão virtuoso e magnífico, mas tão depravado e vil?” (p. 125).
  • “Será que eu era um monstro, uma nódoa sobre a Terra, alguma coisa da qual todos os homens fugiam e a quem todos repudiavam?” (p. 126).
  • “Não posso descrever a agonia que essas reflexões infligiram à minha pessoa. Tentei dissipá-las, mas a tristeza só aumentou com o conhecimento. Oh! Por que não havia ficado para sempre no bosque onde nasci, sem conhecer ou sentir nada além das sensações de fome, sede e calor?!” (p. 126).
  • “Ah! Como é bom o infeliz se resignar, mas para os culpados não há paz. As agonias do remorso envenenam a luxúria que, de outra forma, se encontra em entregar-se ao excesso de dor.” (pp. 201-202). 

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Victor Frankenstein desde muito jovem se dedicou aos estudos da filosofia e das ciências naturais. Até que, em uma experiência bem-sucedida (que lhe sugou a energia e o afastou do convívio dos seus entes queridos), ele foi capaz de dar vida a um ser de feições e trejeitos assustadores. A partir de então, criador e criatura passam a viver um jogo de perseguição repleto de sangue e horror – a primeira obra de ficção científica da literatura e um clássico do terror.

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Outras edições:

Edição de luxo Capa Dura - Editora Darkside: CLIQUE AQUI
Edição comentada Capa Dura - Editora Zahar: CLIQUE AQUI
Edição Martin Claret + O médico e o monstro + Drácula: CLIQUE AQUI


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quarta-feira, 17 de março de 2021

Resenha: Arsène Lupin, Ladrão de Casaca

Arsène Lupin, Ladrão de Casaca

Autor: Maurice Leblanc

Edição: Principis
Nota: 5,0/5

--Do que o livro trata?
O livro relata casos e situações envolvendo Arsène Lupin, um ladrão um tanto “incomum”, pode-se assim dizer. Lupin, com toda a sua técnica e sua ganância, mas nunca sem abandonar a sua cordialidade, fica conhecido como um “Gentleman-Cambrioleur” (ou cavalheiro-furtador). Para Lupin, nenhum roubo é difícil demais, não há objeto de valor que possa ser escondido, não há “trabalho” que não possa ser executado. E, ainda quando todos pensam que o possuem nas mãos, ele consegue arquitetar as mais brilhantes fugas bem diante de seus olhos, deixando todos boquiabertos. No último relato, o arqui-inimigo perfeito passa diante dele: ninguém mais ninguém menos que o mais famoso detetive que já existiu: Sherlock Holmes, deixando a expectativa de mais confrontos futuros. Não tenho essa informação no momento, mas creio que o livro é uma introdução ao personagem, pois os relatos abrangem desde o início de sua “carreira”. Arsène Lupin é o que chamo de “o ladrão ao qual não se consegue odiar”, pois suas artimanhas são tão fascinantes que é preciso tirar o chapéu e reconhecer que, se Arsène Lupin assina o crime (ou um aviso do crime), pouco adianta tentar evitá-lo.

--Minhas impressões/pensamentos sobre o livro.
O livro em si é excelente, não coloco defeitos. Gosto do estilo de escrita do Maurice Leblanc, embora não tenha lido na língua original. Apesar de que ele não pareça colocar tantos detalhes como o Conan Doyle ou a Agatha Christie, ainda assim seus livros são tão simples que tanto uma criança quanto um adulto certamente conseguem entender.
A edição da editora Principis é excepcional, ainda mais considerando seu preço extremamente acessível. Notam-se raríssimos erros, nada fora do normal. Vale muito a pena!

--Quem deveria lê-lo?
Todas as pessoas, eu diria, mas principalmente aqueles que gostam de histórias de investigação, como as de Sherlock Holmes ou as escritas por Agatha Christie, por exemplo.

--Quais as lições do livro?
Bem, não há muitas “lições” em si, mas livros assim sempre são ótimos para exercitar a imaginação e, quer queira quer não, você sai querendo observar mais as coisas ao seu redor, bem como realizar (ou tentar realizar) deduções no dia a dia.

--Melhor citação: “Onde a força falha, a astúcia vence” — Lupin.

--Top 3 capítulos:
1º Lugar: Capítulo 6 - O sete de copas
2º Lugar: Capítulo 1 - A prisão de Arsene Lupin
3º Lugar: Capítulo 9 - Herlock Sholmes chega tarde demais
 
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Arsene Lupin, que conseguiu ser mais famoso que seu criador, nasceu por encomenda do editor Pierre Lafitte ao escritor Maurice Leblanc. Este livro reúne as nove histórias A prisão de Arsene Lupin, Arsene Lupin na prisão, A fuga de Arsene Lupin, O viajante misterioso, O 'Colar da Rainha', O sete de copas, O cofre de Madame Imbert, A pérola negra, Herlock Sholmes chega tarde demais inter-relacionadas, tais como foram publicadas na revista do editor Lafitte, Je sais tout. Quando Arsene Lupin é preso ao descer do navio em Nova Iorque, seu biógrafo já o acompanha, pois Watson sempre acompanhará Sherlock Holmes. A diferença é que aqui é o próprio Maurice Leblanc quem se transforma em personagem para contar as aventuras do protagonista de sua invenção.

Edição de luxo da Editora Pandorga:

Arsène Lupin, o ladrão de Casaca é uma coletânea de nove histórias do escritor francês Maurice Leblanc que constituem as primeiras aventuras de Arsène Lupin. O editor da revista francesa Je sais tout encomendou a Maurice uma novela policial, cujo herói fosse para França o que era para a Inglaterra o detetive Sherlock Holmes, de Sir Arthur Conan Doyle. Nasceu assim Arsène Lupin, personagem vivo, audacioso, impertinente, desafiando sem cessar o Inspetor Ganimard, arrastando corações atrás de si, zombando das posições conquistadas e ridicularizando os burgueses, socorrendo os fracos, Arsène Lupin é um Robin Hood da Belle Époque. Nessa edição especial em capa dura, o leitor encontrará a versão integral do texto, traduzido diretamente do francês. Acompanham pôster e marcador exclusivo.

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