terça-feira, 23 de abril de 2019

O Deus que Cuida dos Pequenos Detalhes

Recentemente aconteceu comigo uma coisa muito interessante. Permita-me contar-lhe o que houve.

    Era uma segunda-feira muito chuvosa aqui na cidade, e eu precisava sair de casa e ir para a universidade pois teria prova logo cedo, às 7 horas da manhã.
    Para minha sorte, um amigo meu ofereceu uma carona. Ele me disse que chamaria um Uber e pediu que eu aguardasse em um ponto de ônibus próximo da minha casa. Prontamente, calcei minhas botas, abri meu guarda-chuva e fui andando até o ponto. Até lá, eu me molharia bem menos do que se enfrentasse todo o trajeto rumo à universidade debaixo daquela torrente.
    Ele chegou, fomos até nosso destino. Chegamos bem, encontramos alguns colegas e ficamos ali conversando. Foi quando, de repente, eu notei que minha bolsa estava leve e me faltava alguma coisa: eu havia esquecido meu guarda-chuva dentro do uber! E agora? Estar sem um guarda-chuva em um dia chuvoso como aquele era "suicídio", era ir totalmente desprotegido para uma batalha forte. Ainda devo acrescentar que, como as chuvas daqui são violentas às vezes, eu investira em um guarda-chuva de melhor qualidade, para que ele não me deixasse na mão quando mais precisasse. Eu precisava fazer alguma coisa.
    Prontamente pedi para meu amigo que ele entrasse no aplicativo e procurasse como fazer em caso de perda ou esquecimento de objetos dentro do veículo. Lá tinha a opção de ligar para o motorista. Contudo, como a ligação era feita pelo próprio aplicativo, dizia que podia ser cobrada uma taxa de até mesmo 15 reais! Ainda assim era melhor do que pagar uns 30 reais em um novo e ainda esperar vários dias até que eu pudesse tê-lo em mãos. Eu precisava dele ali, na hora!
    Liguei para o rapaz através do celular do meu amigo, falei com ele, peguei o número dele. O motorista me falou que assim que a chuva desse uma pequena trégua e ele conseguisse mais uma viagem para a universidade, ele viria deixar meu guarda-chuva. Ótimo! Eu só precisava que, primeiro, a chuva desse uma pequena trégua e que ele voltasse para cá. Olhei o relógio: 7 horas. Era hora de ir fazer a prova. Até a sala não tinha como eu me molhar, embora a chuva ainda estivesse MUITO forte.
    Fui para a sala com meu pensamento no guarda-chuva. Foi quando lembrei de uma história que li no livro "A Necessidade da Oração" na introdução do capítulo que falava sobre confiança. E confiança em Deus! Confiança até mesmo em coisas que parecem pequenas. Eis a história.

Certa noite deixei meu escritório em Nova York, com um vento terrivelmente frio na minha face. Tinha comigo (achava eu) meu grosso e quente cachecol, mas, quando fui abotoar o casaco contra a tempestade, percebi que ele havia sumido. Virei para trás, olhei ao longo das ruas, busquei no meu escritório, mas foi em vão. Percebi, então, que eu possivelmente o deixara cair e orei a Deus para que o encontrasse; tal era o estado do clima, que seria um grande risco sair sem cachecol. Olhei novamente de cima a baixo nas ruas ao redor, mas sem sucesso. De repente, vi um homem no lado oposto da rua segurando algo nas mãos. Atravessei e perguntei-lhe se aquilo era meu cachecol. Ele me deu e disse: ‘Foi levado até mim pelo vento’. Aquele que anda por sobre a tempestade usou o vento para responder à minha oração.
— William Horst

    Foi quando orei, embora que em pensamento, ao Deus que anda por sobre a tempestade, para que ele trouxesse de volta o meu guarda-chuva. Eu sabia que ele não era obrigado a trazer de volta. Mas eu confiei e assim pedi. Pedi confiando que Ele não me desampararia.
    “Guardem os celulares, a prova vai começar”. Foi o que ouvi. Guardei meu celular e comecei a fazer a prova. Tal foi minha surpresa quando vi que a chuva foi diminuindo sua força. Agora eu poderia encontrar o motorista quando ele viesse sem me molhar completamente. Passaram-se uns 15 a 20 minutos quando recebi uma ligação. Pedi ao professor para atender, e ele gentilmente me concedeu. O motorista disse que chegaria ao local onde me deixara mais cedo em alguns minutos. Pedi ao professor para ir buscar meu guarda-chuva e deixei com ele meu celular para que não desconfiasse de mim. Com poucos minutos, ele chegou e peguei meu guarda-chuva. Dei a ele uma pequena quantia como gratificação, ele pediu apenas que contribuísse com a gasolina, pois ele não se importava em fazer um favor. Para a minha alegria, não foi cobrado nada no aplicativo do meu amigo, de sorte que, apesar de ter gastado energia e um pouco de dinheiro, ainda saiu bem mais barato do que poderia ter custado.

    O que podemos aprender com tudo isso?
    1. Aquele que anda por sobre a tempestade cuida dos seus até mesmo nos detalhes. Não estou aqui querendo dizer que minha oração é “forte”, tampouco quero colocar seu foco nas coisas materiais, ou num simples objeto. Contudo, temos nesse relato e na citação do William Horst um exemplo claro de um Deus que cuida dos seus filhos. Se Ele cuida até mesmo de meros detalhes, de um mero objeto, será que Ele não cuida da alma dos seus filhos? Um pai amoroso que busca seus filhos no lamaçal do pecado e os redime! Um pai bondoso que muda nosso coração e nossa mente. Um pai que nos disciplina quando erramos! Que privilégio ter a Deus como Pai! 
    2. Há um preço a ser pago pelos seus erros. Apesar de tudo isso, foi um erro meu ter esquecido o guarda-chuva no veículo. Apesar de que o Deus bendito tenha o trazido de volta, as consequências de tal erro não deixaram de aparecer. O que quero dizer é: Assuma a responsabilidade pelos seus atos! Ninguém poderá fazer isso por você. Eu tive que pagar com meus recursos, energia e preocupação. Gastei um pouco deles. O mesmo é válido quando pecamos contra Deus, quando o desobedecemos. Apesar de nos perdoar, muitas vezes colhemos os frutos do que fizemos. Inclusive, as consequências poderiam ser muito piores, mas a misericórdia de Deus faz com que sejam do tamanho suficiente para que aprendamos as lições das quais necessitamos.
    3. Podemos confiar no Deus de Israel. O Deus que sustentava o seu povo no deserto, o Deus que luta as batalhas do seu povo, este Deus misericordioso mostra-se atento às necessidades dos seus filhos, e espera que eles tenham confiança nEle! Até mesmo nas coisas que pareçam muito pequenas, insignificantes. Podemos confiar certos de que receberemos o que pedimos, desde que esteja de acordo com a vontade do nosso Deus.
_____

Renan Monteiro é um cristão reformado salvo pela graça do Deus Altíssimo. Atual membro da 1ª Igreja Evangélica Congregacional de Guarabira-PB.

2 comentários:

  1. Louvado seja Deus, irmao Renan! Deus abençoe pelo testemunho!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Amém, espero que o conteúdo que venha a ser apresentado o edifique e contribua na sua jornada. Abraço!

      Excluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...